quarta-feira, 8 de junho de 2011

Brasileiro e leitura, inimigos à parte!

A literatura brasileira pode e deve ser considerada uma das mais ricas culturalmente em todo o mundo. Nomes como Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, entre outros, não me deixam mentir. Sem contar os consagrados Paulo Coelho que, apesar das críticas é um autor de grande sucesso e Luis Fernando Veríssimo, cronista muito bem conceituado.
Mas, se temos escritores tão qualificados assim, por qual razão a maior parte da população brasileira não lê, ou procura dar preferência às obras literárias de autores estrangeiros? É incrível o fato de que todo e qualquer problema brasileira sempre esteja relacionado a questões governamentais. Nesse caso também não é diferente, acontece que os governantes deveriam traças estratégias em parceria com as escolas, visando o desenvolvimento de projetos de leitura que sejam lúdicos e, obviamente agradáveis.
Não podemos esquecer o papel fundamental da família nessa questão. Como disse uma grande escritora, cujo nome infelizmente não me recordo, “se excluirmos a família do processo de formação de leitores, será criado um circulo vicioso”. De que adianta querer cobrar algo do governo se o exemplo não vier de nossas próprias casas? O hábito de leitura deve ser adotado desde muito cedo, para que a criança tome gosto e se apaixone por este novo “mundo”, o que com toda certeza a tornará um adulto melhor e mais qualificado, tanto socialmente, quanto no mercado de trabalho.

Uma pesquisa realizada pelo “Jornal do Brasil” apontou que 55% dos brasileiros não têm hábito frequente de leitura, colocando o livro como quarta opção para o lazer. Analisemos o seguinte trecho da matéria: “o problema econômico sem dúvida é um agravante, mas não parece ser um fator que determine a pouca intimidade de nosso povo com as letras. Mesmo na camada com renda acima de dez salários mínimos, 32% dos entrevistados revelaram que não costumam ler. Na pesquisa, apenas 10% afirmou frequentar as bibliotecas com regularidade”. Isso é uma vergonha! As pessoas gastam seu dinheiro com coisas supérfluas e não se preocupam de forma alguma em adquirir cultura.

Pode até ser que o preço “elevado” de alguns livros torne suas vendas mais difíceis, mas não se esqueçam de que já temos a venda os “livros de bolso”, que são bem mais baratos e não menos culturais do que os livros tradicionais. O desinteresse absoluto é um caso à parte...

É de fundamental importância a priorização na formação de leitores, principalmente entre jovens estudantes que são apresentados ao mundo da leitura de maneira inadequada, consequentemente acabam perdendo interesse em ler, entretanto, para isso é necessário que se invista na construção de novas livrarias, já que, segundo o “Jornal Nacional” o país possui somente 700 delas, quando a quantidade ideal deveria ser algo em torno de 10 mil.

Em virtude do que foi mencionado, só nos resta esperar que os brasileiros tomem consciência de que o ato de ler bons livros representa avanços culturais, lógicos, sociais e até mesmo psicológicos nas nossas vidas. O mercado editorial brasileiro é sim muito promissor, uma pena não termos ainda consumidores em quantidades tão significativas, mas está melhorando, sorte a nossa, que vivemos a intensa esperança de quem sabe um dia viver num país onde houvesse de fato democratização da leitura
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“O pior analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê” – Mário Quintana
Texto Original do Site: http://www.criticano.com
O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004 (com um acervo inicial de 500 obras), propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime, colocando à disposição de todos os usuários da rede mundial de computadores - Internet - uma biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.
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